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clamidia

Existem algumas infecções sexualmente transmissíveis (cuja sigla é IST) que são mais comuns de serem pegas do que outras. Hoje vamos falar da clamidia, dos seus sintomas e tratamento.

Se fizermos uma comparação entre dois vírus presentes no catálogo de IST humanas descritas - por exemplo o vírus da herpes e o HIV – será verificado que enquanto o primeiro é mais prevalente e distribuído na população, o segundo é mais raro e com menor frequência de ocorrência, sendo mais incidente em grupos e indivíduos específicos (ou seja, indivíduos mais expostos), isso dependendo dos respectivos fatores comportamentais e o tipo do ato sexual envolvido.

Claro, essa diferença envolvem vários fatores: desde a ”biologia” dos vírus (considerando que o termo biologia são apenas para os seres vivos, e que alguns pesquisadores ainda consideram os vírus como seres não-vivos), até as características dos indivíduos, como exposição (citado no parágrafo acima), sistema imunológico, alimentação, comorbidades (presença de outras doenças), entre outros fatores.

E se considerando apenas os vírus já temos essa enorme diferença quanto a distribuição, frequência, patogenicidade e infectividade das respectivas IST’s, ao incluir outros agentes etiológicos infecciosos a coisa pode ficar um pouco mais complexa.

Por isso é de suma importância o diagnóstico correto de uma infecção: se o agente infeccioso for uma bactéria ao invés de um vírus, a biologia do agente infeccioso muda completamente, assim como os protocolos clínicos envolvidos, como análises sintomatológicas, testes laboratoriais, e até os fármacos envolvidos no tratamento e na cura.

São muitas as IST’s que tem como agente etiológico espécies de bactérias, dentre as mais famosas: sífilis, gonorreia, cancro mole, donovanose, linfogranuloma venéreo e clamidia (lembrando que diferentemente das doenças causadas por vírus, para estas enfermidades causadas por agentes bacterianos o antibiótico é o principal remédio para ser usado).

Observando a biologia e a epidemiologia das enfermidades causadas pelos agentes bacterianos citados no parágrafo anterior, a clamidia pode ser considerada uma IST que possui um médio risco (desde manifestações mais brandas até desfechos mais graves), isso dependendo das condições do indivíduo que se infectou: a manifestação mais comum são irritações na região pélvica, ardor ao urinar, dor durante o ato sexual, e presença de corrimentos amarelo ou branco (pus, como outras doenças bacterianas).

Porém se não tratada a clamidia pode provocar infertilidade e, nos casos de mulheres grávidas, pode ser transmitida ao feto (transmissão vertical), causando até aborto espontâneo ou outras perturbações gestacionais.

A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e ela é considerada a IST mais transmitida no mundo - tendo prevalência elevada no grupo de jovens que estão começando a sua respectiva vida sexual – podendo ser propaga pelas três principais vias sexuais: anal, vaginal e oral, ou ainda a transmissão vertical (citada no parágrafo anterior).

Outra característica da clamidia (que é bastante comum em outras IST’s) é o elevado número de assintomáticos - aquelas pessoas que são infectadas pela bactéria mas não desenvolvem sintomas: isso para a estratégia do agente é de suma importância, pois quando a pessoa não manifesta sintoma, ela não recebe tratamento, podendo estar potencialmente infectante, e assim propagando a doença entre outros indivíduos susceptíveis.

Importante também citar que a presença da clamídia pode facilitar a infecção por outros agentes infecciosos transmitidos pelo o ato sexual: por exemplo, o HIV é um vírus que tem mais chance de ser transmitido quando o indivíduo apresenta alguma outra doença sexual (como o caso da clamídia).

Por isso que negligenciar uma infecção causada por esta bactéria pode ser uma má idéia, já que a doença pode evoluir para desfechos mais graves (como já citado, infertilidade) ou facilitar a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV/AIDS.

Como todos nós sabemos (ou deveríamos saber!) a melhor maneira de se proteger contra a clamídia é o uso de preservativos, e evitar o contato direto entre mucosas, sejam as genitais sejam a via oral.