O consumo de cocaína pelo ânus pode sim maximizar a sensação de prazer durante o sexo, mas quem queira fazer uso disso tem que saber dos riscos...
O consumo de drogas, mais do que um comportamento humano (que pode desencadear o vício e obsessões conforme o indivíduo), é também caracterizado como uma vertente cultural, por mais que alguns fanáticos religiosos desconsiderem este aspecto da antropologia.
É sabido que o uso da maconha é milenar na região da Ásia, assim como a papoula (a matéria prima para produzir o ópio); a mesma situação vale para a folha de coca e a ayahuasca nas Américas: mais do que simples divertimento recreativo ou busca de sensações de prazeres, em algumas regiões do globo é bastante comum o uso de entorpecentes como fenômeno ritualístico, permitindo o alcance de percepções (e entrar em contato com deuses e seres superiores), ou ainda no estabelecimento de acordos de paz com inimigos ou adversários (como o famoso instrumento de pacificação utilizado por tribos ameríndias: o “cachimbo da paz”).
Se nos dias de hoje as drogas (não apenas as ilícitas, mas também as vendidas em farmácias, e até o álcool) são gatilhos para problemas sociais e de saúde pública - gerando hordas de zumbis viciados (custosos tanto aos programas de saúde, como ao sistema prisional) - o problema não pode ser direcionado único e exclusivamente a substância, mas sim as gerações de pessoas cada vez mais incertas e infelizes com suas vidas, que procurando nelas o passaporte para fugir da realidade.
Dentre o uso recreativo das drogas, uma delas é no ato sexual: o álcool muitas vezes nos deixa mais “soltos” em festas e encontros, permitindo assim que quem o use fique mais despojado e conversador (facilitando o flerte e a paquera); a maconha é muito apreciada também no ato sexual em si, já que ela deixa partes do corpo mais sensíveis a sensação de prazer, podendo assim intensificar a experiência proporcionada pelo sexo.
A cocaína é particularmente bastante usada no sexo: mais do que a maconha, ela deixa o usuário em estado de torpor, onde a libido aumenta consideravelmente, tanto que é ela é uma das drogas mais utilizadas na indústria do pornô (lembrando que a cocaína inibe a ereção – praticamente uma impotência em pó – mas existem outras substâncias usadas pelos atores pornôs masculinos que fazem recuperam-na).
A cocaína é uma droga tão apreciada no sexo que não apenas na via mais comum ela é utilizada (nariz): ela também pode ser utilizada por outras vias, como a vagina e o ânus: quem se lembra de uma das primeiras cenas do filme de Martins Scorsese, “O Lobo de Wall Street” (The Wolf os Wall Street, 2013), onde o personagem do Leonardo di Caprio (um investidor inescrupuloso viciado em drogas e prostitutas) aplicada cocaína no ânus de uma garota de programa?
A via anal da cocaína pode sim maximizar a sensação de prazer durante o sexo, mas qualquer indivíduo que queira fazer uso desta substância tem que saber antes dos riscos e contras desta droga.
A primeira, é claro, a propensão ao vício: será que depois de você usar você conseguirá levar uma vida normal, sem depender da substância? - a mesma pergunta vale para alcoólatras que se expõem ao álcool - lembrando que a cocaína é a folha de coca processada e refinada, ou seja, o princípio ativo é muito mais potente e concentrado (por isso mesmo que os povos andinos que mastigam folha de coca há séculos não ficam em estados deploráveis como os viciados em cocaína).
Caso você passe deste “primeiro teste” (que não necessariamente pode ser em um primeiro uso, mas sim depois de algum tempo), tem também outros riscos, como a transmissão de doenças: é sabido que o vírus da Hepatite, Herpes, HPV (HIV ainda não) podem infectar um hospedeiro a partir de canudos utilizados para administrar a droga - e não apenas pelo ânus, mas também pelo nariz e vagina.
Claro que também tem que considerar que uma pessoa drogada e alucinada esta mais sujeita a fazer sexo sem proteção, expondo-se e aumentando os riscos para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (aqui sim, entra o HIV).
Por fim, como qualquer ferramenta disponível, quem quiser fazer uso das drogas deve ter consciência dos riscos e contras, para assim ter a “liberdade” de usar, e colher todos os efeitos colaterais possíveis.
Para finalizar, uma frase de um antigo sábio desconhecido: “Feliz é o homem que não precisa de drogas para ser feliz”.