Dentro da grande variedade de vírus que infectam os seres humanos, temos aqueles altamente patogênicos que causam verdadeiras enfermidades e distúrbios em nossa saúde, como o HIV, o Ebola e o SARS; ao mesmo tempo, existem aqueles menos patogênicos, os quais mesmo nos infectando, não causam maiores problemas, como o resfriado e alguns tipos do vírus HPV (considerando que seu respectivo hospedeiro esteja com o seu sistema imunológico normalizado).
O vírus da herpes simples entra nesse rol de agentes infecciosos, que não causam muitos problemas aos seres humanos, só quando estes estão com baixa em suas células de defesa.
Normalmente, manifestações clínicas de herpes funcionam como uma sentinela, ou em outras palavras como um sinalizador de outros agravos, avisando que o respectivo indivíduo está com alguma baixa em seu sistema imunológico, tendo assim que prestar maior atenção nos aspectos da sua saúde.
Estando em circulação entre os vertebrados há milhões de anos (sendo este mais um agente selecionado devido ao domínio do planeta pela nossa espécie), o vírus da herpes simples em humanos é considerado uma IST’s de elevada prevalência e de baixa gravidade, com alguns estudos identificando que mais de 50% da população mundial pode estar infectada por pelo menos um dos dois tipo do vírus: o tipo 1 chamado de herpes facial, pois atinge a boca, o nariz entre outros tecidos da região cefálica; e o tipo 2, o famoso herpes genital que atinge os órgãos urogenitais (pênis, vagina e ânus).
A principal manifestação da herpes genital (assim como a facial) é o surgimento de lesões características na respectiva região, estas podendo estarem localizadas tanto externamente (e bem visíveis), como internamente (nesse caso, por exemplo, no canal urinário ou dentro dos lábios vaginais das mulheres, ou ainda na região interna do ânus, mais difícil de ser localizada).
O formato das lesões por herpes é bem característico e de fácil identificação pelo médico especializado, sendo formadas por pequenas ulcerações, que podem doer ou não, e que surgem entre 2-10 dias após a exposição.
Por ser de fácil propagação, o simples contato entre mucosas pode desencadear uma infecção, conforme a carga viral e o sistema imunológico dos indivíduos envolvidos, assim como outros fatores associados no processo infeccioso do vírus (higiene, ou se existe alguma outra infecção presente).
Por assim, a herpes é caracterizada como sexual devido este comportamento ser responsável pela sua propagação, entretanto esta pode não ser o único meio de o vírus dispersar, já que um intenso beijo de língua, ou um compartilhamento de um copo ou outro qualquer objeto pessoal, pode ser suficiente para desencadear o processo infeccioso (por causa disto que o vírus da herpes simples apresenta uma elevada prevalência na população humana global, principalmente depois de aumentar as viagens de avião, diminuindo as fronteiras e aproximando as pessoas).
Aliado a isso, apesar de não possuir grande patogenicidade como outros vírus e agentes infecciosos transmitidos por vias sexuais, o vírus da herpes genital pode ser um facilitador para outros patógenos envolvidos em doenças de natureza sexual: por exemplo, sabe-se que uma lesão causada pela herpes é um caminho aberto para o vírus HIV, facilitando assim a infecção deste em indivíduos expostos e que possuem as respectivas feridas em seus órgão genitais.
Assim como outras doenças causadas por vírus, que não são eliminadas pelo sistema imunológico, a herpes não tem uma cura específica: ela fica presente no hospedeiro (o indivíduo infectado) para o resto da vida dele, aparecendo apenas quando ocorre alguma baixa no respectivo sistema imunológico: por isso ela é um importante sinal para saber como anda a saúde do indivíduo, já que ela pode funcionar como indicador de outras doenças (tanto aquelas de natureza infecciosa, até as de natureza crônicas como canceres e diabetes, estas que também agem sobre o nosso sistema imunológico).
O aciclovir é um remédio em forma de comprimido, ou a clássica pomada que é aplicada em lesões de herpes, e que possuem um poderoso efeito de cicatrização nas feridas produzidas pela infecção do vírus.
Todavia, a melhor maneira de evitar o vírus e suas lesões epiteliais – assim como tantas outras infecções transmitidas pelo comportamento sexual – ainda é a prevenção: use sempre preservativo (ou outras proteções no caso do sexo oral) para evitar o contato entre mucosas, e a disseminação do vírus.