Um dos momentos mais importantes para a nossa espécie (na verdade, para qualquer espécie de ser vivo) é a reprodução: talvez dos fenômenos biológicos mais importantes, já que é ela quem permite a perpetuação da espécie, a única maneira de manter a “eternidade”.
Seja as primeiras bactérias até os animais e plantas superiores, os mecanismos envolvidos na reprodução variam de acordo com a biologia do ser vivo em questão, podendo ser apenas clonagem, ou seja, uma cópia exata de um organismo (como na caso de espécies de menor complexidade biológica, como as bactérias e algumas plantas e animais): isto conhecido como reprodução assexuada; também podendo ser por fecundação entre dois gametas produzidos por dois diferentes gêneros (macho e fêmea, e espermatozoide e óvulo respectivamente), gerando assim uma prole que não possui a cópia genética idêntica dos pais: a famosa reprodução sexual.
Por assim o ato sexual é o mecanismos que muitos animais (e plantas, claro com devidas proporções) necessitam realizar para gerar filhos, que terão características próximas aos seus pais, mas não idêntica: isso é bastante importante para entendermos a evolução, já que se todos fossem cópias, não haveria diferenciação entre as espécies, e todos poderiam morrer por uma mesma causa (já que existe a diferença, existe também aqueles resistentes e aqueles susceptíveis para diferentes pressões ambientais, seja um vírus seja falta de alimentos).
E como sabemos, há muitos agentes patogênicos que são transmitidos pelo ato sexual: não só o ser humano, mas também cachorros, gatos, cavalos, porcos, e todos aqueles que praticam o ato sexual para se reproduzir.
Muitas destes patógenos são prejudiciais não apenas para a mãe, que portará o agente em seu organismo, mas para o bebê que irá se desenvolver dentro do útero dela, já que mãe e feto compartilham sangue, linfa e tantos outros fluidos corporais ao longo do processo de gestação.
Tanto isso é verdade que, dentro de tantos procedimentos existentes no pré-natal e ao longo do acompanhamento de grávidas e gestantes, os diagnósticos para algumas destas doenças transmitidas pelo sexo está presente, podendo-se assim identificar e prevenir alguns possíveis patógenos que perturbem a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê (lembrando que o leite materno também pode ser uma via de transmissão entre ambos).
Conhecido pelo termo técnico de “transmissão vertical” - quando a mãe transmite para o bebê intrauterinamente - aqui vamos citar as principais infecções sexualmente transmissíveis (IST`s) que podem afetar a gravidez dos seres humanos:
- HIV/AIDS: começamos pela a mais temível entre as IST’s, pelo menos dentro da questão histórica, a transmissão do HIV para recém-nascidos pela mãe foi um dos grandes impactos observados com a emergência deste vírus na nossa população; realmente é muito triste ver o (em fotos ou vídeos de arquivo da década de 1980, ou ainda infelizmente em alguns lugares no mundo atual) os primeiros bebês sofrendo de AIDS em uma época onde não se conhecia a dinâmica e comportamento do vírus; com o surgimento dos medicamentos antirretrovirais, a transmissão vertical do HIV foi bem controlada, hoje em dia tendo mínimas chances de ocorrência, desde que siga os procedimentos necessários durante a gestação, parto e amamentação;
- Herpes: apesar de não ser tão temível como o HIV/AIDS, o vírus da Herpes também é um agente que pode atingir os bebês, já que eles ainda não possuem um sistema imunológico bem desenvolvido, podendo até se letal (em especial nos primeiros 20 dias de vida, o período neonatal); seguindo a prevenção para o vírus HIV, antirretrovirais e procedimentos de cesariana (a qual pode se controlar melhor possíveis traumas no recém-nascido que ocorreriam no parto normal);
- HPV: sim, este vírus pode atingir o bebê, e também a sua mãe, já que durante a gravidez o sistema imunológico dela pode ter alguma baixa; a baixa no sistema pode fazer com que o vírus se manifeste (em forma de verruga ou lesão genital), transmitido assim para o bebê no momento do parto; semelhante aos outros vírus, os principais procedimentos adotados para evitar a transmissão vertical (antirretrovirais e cesariana controlada).
- Hepatite B: apesar de existir vacina para este vírus, ainda é muito recorrente a transmissão vertical dela, principalmente em regiões do mundo não assistidas pelos procedimentos básicos de Saude Pública; tal quais os outros vírus, deve-se tomar extrema precaução no momento do parto, realizando assim cesárea controlada;
- Sífilis: a bactéria causadora de uma das IST’s mais antigas consegue atravessar a barreira placentária, conseguindo assim atingir o feto ao longo de seu desenvolvimento, afetando sua formação; é muito triste ver um bebê atingido por esta enfermidade, ainda mais que ela é plenamente tratável com antibióticos, e é uma das doenças testadas nos exames pré-natais; trata-se de um indicador de miserabilidade, já que ainda ocorre a transmissão vertical da sífilis em países não desenvolvidos, e em populações vulneráveis de baixo poder aquisitivo e económico.
- Gonorreia: a bactéria pode causar lesões na região cefálica, podendo causar cegueira e outras más-formações quando não tratada; semelhante a sífilis, a gonorreia é tratada com antibióticos, com elevada chance de cura quando se inicia o tratamento logo na detecção dos primeiros sintomas na mãe;
- Clamídia: uma das IST`s mais prevalentes no mundo, que inclusive pode causar infertilidade quando não tratada, esta bactéria pode causar a gravidez ectópica, ou gravidez tubária, quando a gravides ocorre fora do útero (nas trompas de falópio ou no colo do útero), podendo assim causar hemorragias na mãe e aborto;
- Vírus Zika: é sabido que este vírus transmitido por mosquitos tem duas características, a primeira é que ele causa má-formação em fetos (como a Síndrome da Má-formação Congênita), a segunda é há indícios de sua transmissão sexual; apesar de não haver descrito casos deste tipo, ficando restrito a transmissão pelos mosquitos, este é um vírus que os epidemiologistas e profissionais de saúde devem ser prestar atenção.