Neste texto, vamos focar o trabalho de Harald zur Hausen e o câncer do colo do útero associado ao HPV: sabemos que atualmente este vírus é umas das IST mais comuns devido à sua fácil transmissão, inclusive pelo sexo oral, beijo e demais trocas de fluxos.
No rescaldo do mês de Outubro, quando os vencedores dos prêmios Nobeis são anunciados pelas instituições responsáveis pela premiação - a Academia Real de Ciências da Suécia anuncia os Prêmios de Física, de Química e de Ciências Econômicas; a Assembléia do Nobel do Instituto Karolinska concede o Prêmio de Fisiologia ou Medicina; a Academia Sueca declara o Prêmio Nobel de Literatura; e o Comitê Norueguês do Nobel é o responsável pelo Prêmio da Paz – vamos recordar os envolvidos no Prêmio Nobel de 2008, na área de Fisiologia ou Medicina.
Naquele ano, a Assembléia do Nobel premiou três pesquisadores envolvidos em doenças infecciosas transmitidas pelo sexo, as famigeradas DST (ou, na linguagem moderna: IST, as infecções sexualmente transmissíveis): metade do Prêmio foi dado ao médico alemão Dr. Harald zur Hausen pela sua descoberta a respeito da associação entre o vírus do papiloma humano (HPV) com o câncer de colo de útero (também chamado de câncer cervical), o segundo mais comum entre as mulheres; a outra metade foi dividida entre os dois virologistas franceses, Dr. Françoise Barré-Sinoussi e Dr. Luc Montagnier, conforme suas participações na descoberta e descrição do HIV, na letal década de 1980 quando a AIDS ainda era um enigma.
Neste texto, vamos focar o trabalho de Harald zur Hausen e o câncer do colo do útero associado ao HPV: sabemos que atualmente este vírus é umas das IST mais comuns, alcançando entre 50-80% da população do mundo, devido sua fácil transmissão, inclusive pelo sexo oral, beijo e demais trocas de fluxos que envolvem os relacionamentos corporais humanos.
Considerando os aspectos de saúde pública, mais de 5% de todos os vírus identificados no mundo tem como agente causador o HPV: não apenas restrito ao colo do útero, mas atualmente há canceres na boca, língua e garganta, assim também como em outras partes do corpo conforme a virulência do agente, e imunidade do hospedeiro humano.
Atualmente, os virologistas já identificaram mais de 100 tipos diferentes do vírus, sendo que 40 destes afetam o trato genital, e 15 podem ser fatores de risco para câncer cervical (e também na vulva, no pênis, trato oral, como citado no parágrafo acima).
Um dos problemas no tratamento do indivíduo atingido é justamente nele descobrir que é portador do HPV: verrugas do tipo podem ser muitas vezes difíceis de serem vistas conforme o local em que ela se estabelece, em especial no órgão genital feminino, fazendo assim com que passe despercebido até o momento de dor ou irritabilidade.
Este vírus pode ser detectado em 99,7% das mulheres a partir de biopsia histológica do local da suspeita, sendo que ele infecta no nível global 500.000 mulheres a cada ano, considerando ainda casos de coinfecções por diferentes tipos do vírus, podendo assim desencadear múltiplas possibilidades de sintomas e dos conseguintes problemas de saúde.
O trabalho desenvolvido pelo Dr. Harald zur Hausen produziu um importante arcabouço científico no entendimento dos mecanismos envolvido pela infecção do HPV e o surgimento do câncer de colo do útero, por assim colaborando desde com o desenvolvimento de tratamentos mais precisos, como estudos epidemiológicos preditivos para a ocorrência de canceres em populações humanas (em verdade, ele e sua equipe descreveram a plausibilidade biológica entre o câncer cervical o HPV, assim como Dr. Françoise Barré-Sinoussi e Dr. Luc Montagnier descreveram a plausibilidade entre a AIDS e o HIV).
O trabalho do Dr. Harald zur Hausen também teve importância no desenvolvimento e produção de vacinas para os tipos mais virulentos de HPV (16 e 18), estas que, além de proporcionarem proteção para mais de ≥95 % para a população alvo, consequentemente reduziu a necessidade de cirurgias envolvidas no tratamento do câncer do colo do útero.
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