Considerando a relatividade do tempo (como já dizia Einstein), 10 ou 20 anos podem não ser muita tempo para algumas pessoas (em especial as mais velhas), entretanto, para o avanço tecnológico e toda a maquinaria que vem junto com ele, pode significar uma enorme e abissal diferença.
Pensemos nos fones celulares: se nos anos 90 era algo restrito para apenas os altos executivos e pessoas com elevado poder aquisitivo, atualmente, no nosso tempo (o final da década de 10 do século XXI) até os sem tetos e moradores de rua abandonados possuem estes aparelhos (lembrando ainda que um celular usual dos dias de hoje também é rádio, câmera fotográfica, reprodutor de vídeo, navegador para internet, utilitário para aplicativos, geoprocessador para GPS e satélites, entre tantas outras funções que estes aparelhos assumiram com a revolução tecnológica).
E se a tecnologia da informação deu esse belo salto em 20 ou 30 anos, por assim modificando os nossos estilos de vida e comportamentos, outras áreas da sociedade também apresentaram avanços em suas capacidades e benefícios gerados para os seres humanos.
Por exemplo, na área da saúde, ao longo dos últimos 30 anos novos meios diagnósticos e tratamentos para diferentes doenças surgiram, consequentemente melhorando a quantidade e qualidade de vida para as pessoas (entretanto o sedentarismo e obesidade estarem fortemente relacionados ao avanço tecnológico).
Dentro da área da saúde, existe a subárea das doenças infeciosas, estas que abrangem desde as transmitidas por mosquitos, até as transmitidas por água e alimentos contaminados, assim como as famigeradas infecções sexualmente transmissíveis.
Apesar de não se verificar avanço significativo no controle das doenças negligenciadas, como a dengue, a malária e as diarréias parasitárias preveníveis (já que a população que á atingida por estes males são em sua maioria pobres de baixa renda, sem poder aquisitivo para ter devida importância), dentro das IST`s existe uma doença bastante famosa - ou melhor: infamosa – que se antes era considerada uma pena de morte se tornou relativamente fácil de ser tratada e controlada.
Lógico que estamos falando da AIDS (sigla em inglês para o termo Sindrome da Imuno-Deficiencia Adquirida), esta sendo o estágio final da infecção prolongado pelo vírus da imunodeficiência humana (o HIV, também uma sigla para o termo em inglês).
Se na década de 1980 até o início da década de 1990 a pessoa ao ser diagnóstica com infecção para este vírus era praticamente uma sentença de morte, com o surgimento e disponibilidade comercial dos antiretrovirais, já no final da década de 1990, a AIDS já assumia uma nova forma, com os acometidos melhorando a sua condição, ganhando peso e conseguindo aumentar significativamente a expectativa de vida a partir do uso diário do coquetel de remédios (ou simplesmente coquetel) que impediam a replicação do HIV.
Já na primeira década do século XX os remédio foram melhorando sua eficácia, ao mesmo tempo em que a quantidade necessária para produzir o efeito foi diminuindo, ficando mais acessível a adesão dos pacientes: ao invés de tomar as 15 pílulas diárias como os primeiros pacientes faziam, hoje em dia já existem tratamentos em que apenas uma única pílula faz o mesmo trabalho destas 15 citadas).
E esse avanço tecnológico não apenas ficou restrito no tratamento das pessoas já infectadas, mas também possibilitou uma nova abordagem para prevenção: a chamada Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Como o próprio nome diz, a PrEP é o uso de remédios antiretroviais que impedem a replicação do HIV no organismo, fazendo com que mais de uma barreira seja utilizada para impedir a infecção pelo sujeito: no caso da PrEP seria uma barreira bioquímica, já o preservativo (a camisinha), já funciona como uma barreira física.
Bastante comum na rotina de casais sorodiscordantes (quando um dos parceiros é HIV positivo), a PrEP tem se mostrado como uma excelente ferramenta para o controle da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com resultados promissores desde os primeiros testes, sendo cada vez mais expandido para pessoas em situação de vulnerabilidade (usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo).
Além da PrEP, tem-se também a PEP, que é a Profilaxia Pós-Exposição: semelhante a PrEP, entretanto aqui é para ser utilizado depois da possível exposição ao vírus quando a barreira física (a camisinha), não foi utilizada ou ainda foi utilizada mas rompei no meio da atividade sexual.
Mas este é um tema para os próximos artigos.