Você já esteve com um cara que leva séculos para gozar durante o sexo? Vocês estão lá no rala e rola, troca de posição, você já cansou e o cara nada de chegar lá?
No final das contas, quando você já está acabada, decide tocar uma punheta para o cara ejacular logo? E quando nem a sua punheta resolve o problema dele? Ele só consegue gozar com a própria masturbação? Se você é homem e está lendo isso, você é esse cara?
Em que consiste a Síndrome do Punho de Ferro?
A síndrome acontece quando o homem não é capaz de gozar durante a penetração ou o sexo oral. Por mais que tente, o único estímulo que o faz gozar é a masturbação e, muitas vezes, a própria masturbação. Isso se dá quando o homem tem o costume de se masturbar de forma sistemática, com movimentos sequenciais e repetitivos para cima e para baixo, com uma pressão mais acentuada, tirando a sensibilidade do seu órgão sexual.
Mas então, se masturbar faz mal?
Longe disso, a masturbação, em si, é saudável. É um processo de autoconhecimento do próprio corpo, tanto para homens, quanto para mulheres. Porém pode ser que, pelo costume de masturbar-se sempre da mesma maneira, o corpo se adapte a um mesmo tipo de estímulo, o que condiciona a sensibilidade do órgão sexual, trazendo dificuldades em encontrar o prazer a dois. Afinal, a fricção provocada pela penetração é bem mais leve que a compressão proporcionada pela masturbação.
Como saber se o homem tem a Síndrome do Punho de Ferro?
Muito simples: se em diversos eventos diferentes, o cara só consegue gozar com masturbação comprimindo bem o pênis. Mais que isso: se nesses diversos eventos, ele só consegue atingir o ápice com a própria masturbação, é sinal de que algo não está certo. E, obviamente, não, o problema não é você enquanto parceirx. Sem neuras com relação a isso. Observe bem o seu parceiro e, se notar que a situação persiste por diversas vezes, converse sobre o assunto. Isso não é uma doença, é apenas uma condição clínica que não é difícil de ser resolvida.
Isso quer dizer que o homem não sente prazer com a penetração?
O prazer que o sexo a dois (ou mais) envolve é muito mais que apenas alcançar o orgasmo. É curtir o (a) outro (a), o toque, o beijo, se lambuzar, suar, ver o (a) outro (a) ter prazer. Então, por mais que o homem não consiga, necessariamente, ejacular com a penetração, não quer dizer que ele não tem prazer no contato sexual com você. Muito pelo contrário. Ele tem o prazer, só não consegue “finalizar” a situação com a penetração e precisa de uma ajudinha extra.
Existe tratamento para essa condição?
A boa notícia que vos trago é que a condição tem tratamento e o mesmo, na maioria dos casos (porque varia, obviamente) não é difícil. É necessário procurar a ajuda de um profissional especializado: um urologista. E ele indicará quais outros profissionais podem ajudar ao longo do tratamento (como psiquiatras e terapeutas). O excesso de masturbação que leva à síndrome pode levar, em casos mais sérios, a uma disfunção erétil.
O tratamento consiste basicamente em parar, temporariamente, a masturbação agressiva para se quebre o ciclo vicioso de masturbações cada vez mais agressivas e mais rápidas, muito comuns a homens ansiosos ou que têm a necessidade de ejacular rápido com medo de serem pegos. Dessa forma, o corpo consegue se readaptar aos estímulos sexuais normais. O processo pode levar meses, mas o mais importante é que tem solução. Aos poucos o homem vai recuperando a sensibilidade e consegue ter prazer com a (o) parceira (o), seja através de penetração ou sexo oral.
Agora, aposto que vocês estão se perguntando: essa condição é exclusiva dos homens ou mulheres também podem ter?
Cabe destacar aqui que a Síndrome do Punho de Ferro também pode acometer mulheres. Existem inúmeros relatos de mulheres (e não são poucas) que têm dificuldades para chegar ao orgasmo acompanhadas, principalmente com a penetração. E isso ocorre pela mesma razão que ocorre com os homens: elas se acostumam a gozar apenas na mesma posição, com os mesmos movimentos repetitivos e acabam tirando a sensibilidade do órgão sexual para outros tipos de estímulos.
A síndrome é mais comumente associada a homens porque eles são mais estimulados a se masturbar desde cedo e não veem a masturbação como um tabu. Por isso, muitas mulheres passam pela situação e se sentem mal, achando que têm algum problema grave com a própria sexualidade, enquanto não têm. Esses padrões específicos aos quais as mulheres ficam condicionadas para gozar também podem ser mudados facilmente: procurando o auxílio de especialistas, se abstendo dos padrões antigos e fáceis e buscando maneiras novas de explorar o corpo de forma a atingir o clímax.