Você já ouviu falar de poliamor? Essa prática é falada desde os anos 1990 e se baseia em uma relação entre mais de duas pessoas. Mas venha entender esse mundo e conhecer os diversos tipos de poliamor...
A prática do poliamor, cujo termo passou a circular na década de 1990 nos Estados Unidos, se baseia em uma relação entre mais de duas pessoas. Esse terceiro indivíduo pode fazer parte da relação amorosa ou apenas da vida sexual do casal.
Isso quer dizer que o poliamor é um modelo de relacionamento onde não há exclusividade entre apenas duas pessoas, mas há consenso entre elas para que a relação fique aberta para a participação de um terceiro que irá envolver-se romântica, sexualmente e intimamente com uma ou todas as partes.
Os poliamoristas acreditam que é possível e normal estar apaixonado por mais de uma pessoa, mantendo uma relação sadia com mais de um indivíduo ao mesmo tempo. Dessa forma, o relacionamento se dá na prática como um namoro ou casamento comum: com responsabilidade, ética, respeito e fidelidade. Mas com alguns componentes extras que deixam toda a coisa mais interessante.
Diferenças entre poliamor e relação aberta
Para aqueles que são novos diante do movimento, é normal a confusão, mas é preciso entender que relacionamento aberto não é sinônimo de poliamor. O uso de “aberto” aqui indica que um casal não possui uma exclusividade sexual no relacionamento, isto é, ambos são livres – apesar do compromisso – para conhecer e ter relações sexuais com outros, mesmo que essa pessoa não deseje ter qualquer vínculo com o parceiro daquele com quem ele se relaciona naquela ocasião.
Tal envolvimento não é considerado traição por eles porque muitos dos seus adeptos partem da crença que reprimir os desejos por outras pessoas é nocivo para a relação. Todavia, o envolvimento precisa ser estritamente sexual.
Já no poliamor, o relacionamento é afetivo, sexual e estável. Apesar da multiplicidade de parceiros, há fidelidade entre eles, ou seja, laços são gerados.
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Poliamor é o mesmo que poligamia?
Não. Poliamor e poligamia não são a mesma coisa.
Na poligamia, união onde o homem ou a mulher da relação tem mais de um parceiro ao mesmo tempo, as coisas funcionam bem diferente: apenas uma pessoa toma a decisão de se relacionar com outros. Por exemplo, nesse sistema de relacionamento, se um homem opta por possuir três companheiras, ele é o único a se relacionar de forma romântica e sexual com elas. As três não irão compartilhar esse vínculo entre elas, apenas com o homem e de forma individual.
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Os diversos tipos de poliamor
Se os adeptos desse tipo de relacionamento acreditam que podem amar e conviver com pessoas distintas simultaneamente, não é de se estranhar que eles usem a liberdade que possuem para construir diversos modelos diferentes. Abaixo estão alguns dos tipos de relação que irá encontrar ao lidar com poliamoristas. Se o assunto chama a atenção, você pode acabar se encontrando num deles...
Mono-poli
Na relação mono-poli, existirá uma pessoa que será monogâmica, por livre escolha, dentro de um grupo poliamoroso. Porém, ela permite que os outros componentes mantenham relações íntimas, amorosas e sexuais entre eles.
Trisal
Esse deve ser o modelo mais comum. A relação aqui é composta por apenas três pessoas. Ou seja, um terceiro indivíduo foi convidado a fazer parte da união de um casal já em uma relação estável.
É importante ressaltar que trisal não é o mesmo que ménage à trois, pois as relações sexuais não precisam acontecer entre todos ao mesmo tempo de todas as vezes. Já o ménage é uma prática sexual que acontece a três, mas os participantes não precisam ser um casal ou relacionados.
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Polifidelidade
Nessa relação, os membros de um grupo de pessoas possuem conexão, relação amorosa e sexual entre si. A fidelidade existe a partir do momento em que eles permanecem sem se relacionar com pessoas de fora daquele grupo.
Sub-relacionamento
Aqui existe uma divisão entre as relações “primárias” e “secundárias”, ou seja, é feita uma separação entre o relacionamento que já existia e aquele que surgiu depois. É o modelo presente em grande parte dos relacionamentos abertos.
Acordos geométricos
Sim, há ainda mais modalidades de relacionamento que os poliamoristas criaram para abarcar as necessidades da grande maioria. Os acordos geométricos podem variar com o tempo, isto é, uma letra pode se tornar outra eventualmente, se as partes acharem convenientes. Está confuso? Já vai ficar mais fácil conhecendo alguns tipos de acordos geométricos:
- Triângulo: Três pessoas mantém relações iguais entre si.
- Formato V: Ocorre quando apenas uma pessoa namora as outras duas que formam o trio, mas essas duas não possuem relação alguma entre si.
- Formato T: as três pessoas namoram, mas apenas duas possuem uma relação mais estreita do que com a terceira pessoa. Um exemplo disso é uma relação onde um casal já casado tem um namorado (a) compartilhado.
- Quadrado: Esse modelo possui quatro membros. A relação amorosa e sexual pode acontecer entre dois ou mais nesse grupo. Vai depender.
- Formato N: A relação se dá entre dois homens e duas mulheres em que apenas elas são bissexuais e se relacionam sexualmente entre si.
Como abrir o relacionamento ao poliamor?
A primeira questão que deve ser resolvida e ficar clara é o porquê. Qual a razão de você querer abrir a sua relação? Se algo não está indo bem no seu relacionamento atual e essa parece ser a solução caída do céu, repense um pouco!
Não se abre uma relação para salvar uma relação! Transar com outras pessoas não fará desaparecer as questões que te esperam em casa, então cuidado! Tornar o seu casamento ou namoro liberal para maquiar algo que não está dando certo será apenas uma distração. Quase como varrer a poeira para baixo do tapete para dar uma festa. Eventualmente, toda aquela sujeira irá se espalhar novamente.
Se nada disso for o seu caso, luz verde! Caso já não haja sinais de interesse no poliamor à vista, comece investigando o seu parceiro (a), discutindo o assunto como se conhecesse alguém que vivesse dessa forma, se mostrando favorável. Você não quer que uma falsa expressão de repulsa, que deveria ser engraçada e descontraída, afuguente a possibilidade de ele mostrar disposição, não é?
Caso a discussão atinja as expectativas, seja direto. Deixe a pessoa saber que você está feliz e bem com ela, mas explique a razão por trás dos seus desejos, o porquê de você querer que ela faça parte disso com você, a faça se sentir segura para que a conversa não se torne uma briga. Quais as suas expectativas? Quais seriam as regras? Você está disposto a negociar esses termos? E o ciúme?
Seja claro, objetivo e sincero.
A internet está repleta de recursos para ajudar nesse processo. Mostrar filmes, séries, vídeos e canais focados na temática que possam esclarecer as principais dúvidas ou até mesmo ilustrar pode ser uma ótima ideia.
Mas é importante lembrar que a pessoa irá precisar de um tempo para digerir a informação, principalmente se ela nunca teve contato com o universo das relações liberais. Assim, dê espaço. Mas se ela/ele chegar à resolução de que não, isso não é confortável, não force! O consentimento é a chave da relação.
Entenda que a diversidade que o poliamor traz é positiva, mas não é para todos.
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